
MUDANÇA NOS HORÁRIOS DAS ESCOLAS DE ALVORADA: QUEM ESTÁ PAGANDO ESSA CONTA?
Imagine precisar levar seu filho à escola antes mesmo do sol nascer, enfrentar um transporte público precário e ainda ter que abandonar o trabalho meia hora antes para buscá-lo as onze e meia. Parece justo? Essa é a nova realidade dos pais, alunos e professores de Alvorada após a decisão unilateral do Secretário de Educação, Italo Mainieri, de modificar os horários das aulas na rede municipal.
PAIS PREJUDICADOS, ALUNOS DESAMPARADOS
Para muitas famílias, o novo horário não apenas desorganizou suas rotinas, mas colocou seus empregos em risco. Pais precisam sair mais cedo do trabalho para buscar os filhos. Quem não consegue, faz o quê? As escolas vão estar preparadas para acolher esses alunos até a chegada dos responsáveis? Há alguma alternativa para essas famílias ou elas simplesmente ficaram à mercê dessa decisão arbitrária?
Sem diálogo prévio com a comunidade escolar, a mudança impôs um novo cronograma: os alunos da manhã agora entram às 7h30 e saem às 11h30, enquanto os do turno da tarde entram às 13h30 e saem às 17h30. O impacto já é sentido nas escolas, nas casas e no transporte público. O professor fica com um intervalo de duas horas ao meio dia, mas em compesação a tarde apenas meia hora entre o turno da tarde para a noite, isto cria uma desparidade na questão de horário dos tranalhadores. A pergunta que fica é: o Secretário consultou alguém antes de tomar essa decisão?
TRANSPORTE PÚBLICO: UM PROBLEMA QUE SÓ PIOROU
Alvorada já enfrenta um caos no transporte público. Linhas insuficientes, ônibus lotados e horários irregulares tornam a locomoção um desafio diário. Agora, com os novos horários, alunos e professores precisam enfrentar ainda mais superlotação e espera. No ano passado, o SIMA denunciou ao Ministério Público a situação dos ônibus escolares da rede municipal, especialmente os que atendem a Escola Municipal Normélio Pereira de Barcelos. Alunos viajando em pé, sem cinto de segurança, colocando a própria vida em risco. Diante disso, perguntamos: o governo levou em consideração esse cenário ao impor essa mudança? Quais providências foram tomadas para garantir que as crianças cheguem e saiam das escolas com segurança?
REFEITÓRIO DOS PROFESSORES: UM DIREITO BÁSICO CONQUISTADO ATRAVÉS DO DIÁLOGO
Em meio a tantas mudanças, uma das mais absurdas foi a tentativa do governo de proibir que professores almocem na escolas, é inaceitável que os profissionais da educação, que passam o dia inteiro nas escolas, fiquem sem um local adequado para se alimentar. A realidade de quem leciona em bairros mais afastados, como o Sítio dos Açudes, é completamente diferente de quem está em áreas mais centrais e com acesso a restaurantes. Não podemos ignorar essas diferenças.
Foi justamente por essa razão que o SIMA, durante uma das reuniões sobre a pauta salarial, solicitou ao governo que disponibilizasse cozinhas ou espaços preparados nas escolas para que esses funcionários pudessem levar e aquecer suas refeições, sem precisar recorrer a soluções precárias, assim, não transformá-los em “boia-fria”.
SIMA EM AÇÃO: MOBILIZAÇÃO E RESISTÊNCIA
Na última terça-feira (20), o SIMA realizou uma Assembleia para discutir os próximos passos. O que queremos é simples: respeito, diálogo e soluções reais para os servidores, alunos e suas famílias. O presidente Rodinei Rosseto também teve uma reunião com o Vice-Prefeito Valmor Freitas na ultima segunda feira (17). Durante o encontro, foi discutido, de forma profunda, as remoções sem justificativa para professores, merendeiras e supervisores, o retrocesso causado pela mudança nos horários das escolas, que prejudica principalmente os professores, alunos e pais que trabalham. Rosseto também expôs as dificuldades enfrentadas pela categoria, como a falta de transporte adequado, a precariedade das linhas de ônibus e a imposição de horários que tornam quase impossível conciliar as demandas profissionais com as necessidades familiares. O vice-prefeito havia se comprometido a dar um retorno na quarta-feira (19) com soluções, principalmente sobre os horários das escolas, mas esse retorno não aconteceu.
Nesta sexta-feira (21), às 14h, o presidente do SIMA, Rodinei Rosseto, e representantes da categoria terão uma nova reunião com o secretário de educação Ítalo. Esperamos que, desta vez, o governo apresente respostas concretas e soluções reais para os problemas que essa mudança causou. O SIMA continua mobilizado e cobrando o respeito que servidores, alunos e suas famílias merecem. Seguimos na luta!
Filie-se ao SIMA, participe das assembleias e fortaleça nossa mobilização. Juntos, garantimos direitos e qualidade na educação!
RODINEI ROSSETO
Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Alvorada (SIMA)