SIMA incentiva servidores (as) e população a buscar reparação na Justiça pela incompetência da CEEE Equatorial
“Diferente do que dizem governo estadual e CEEE Equatorial, o caos que assombrou Alvorada e a população gaúcha é culpa deles. Os temporais sempre existiram no Rio Grande, que nunca parou por causa disso. Mas, desta vez, nosso povo sentiu na pele os males da privatização, com a evidente piora na prestação dos serviços. Em vez de priorizar o atendimento às comunidades, as empresas privadas visam o lucro. Então, os gaúchos que se preparem para um ‘verão de apagões’, porque quase mil funcionários da privatizada CEEE aderiram ao Plano de Demissões Voluntárias proposto pela Equatorial, que substituiu esses profissionais treinados por um pessoal terceirizado e sem experiência”, afirma Rodinei Rosseto, presidente do SIMA (foto).
A privatização da CEEE gerou uma enxurrada de problemas aos consumidores logo depois de uma simples tempestade de verão. Alvorada, que já vinha sendo castigada por chuvas e inundações, passou a sofrer com a falta de luz. O número de reclamações contra a CEEE Equatorial mais do que dobrou após a privatização da empresa, concretizada em 31 de março de 2021. No primeiro ano depois de ser doada para a iniciativa privada (2022), foram 8,1 mil reclamações à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ano passado, o número cresceu para 9,5 mil. Nos sete anos anteriores à privatização, foram quatro mil registros de problemas por ano, em média.
Depois do temporal que atingiu Porto Alegre de 16 de janeiro, passou de 500 mil o número de lares sem luz na Região Metropolitana de Porto Alegre. A principal concessionária de energia elétrica do Rio Grande do Sul foi doada para a Equatorial por um lance único de R$ 100 mil, o preço de um automóvel de médio porte.
Imagem de Brasil de Fato RS
NEGACIONISMO DE EDUARDO LEITE
Apressado em “entregar o ouro para os bandidos”, o governador Eduardo Leite (PSDB) usou a maioria que tem na Assembleia Legislativa e negou à população a possibilidade de manifestação por plebiscito, o que estava garantido na Constituição Estadual. Assim, selava o destino deste patrimônio dos gaúchos que ao longo de décadas viabilizou o desenvolvimento econômico do Estado.
Após a doação da CEEE para a Equatorial, Leite manifestou “orgulho e satisfação” por participar de um negócio entre amigos: cerca de R$ 2,8 bilhões da dívida de ICMS (R$ 4,4 bilhões) foram transferidos do caixa estadual para a CEEE-Par, da qual o maior acionista é o próprio governo do Estado. Em um movimento meramente contábil, o passivo foi reduzido a R$ 1,7 bilhão e previsto para ser quitado pela Equatorial em 15 anos.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Mello (MDB) apressou-se em apoiar o entreguismo de Leite, pois, em outubro de 2023, torrou a Companhia Carris Porto-Alegrense por R$ 109 milhões. A companhia foi criada em 1872 pelo então imperador Dom Pedro II e é responsável por 22,4% do sistema de transporte público da Capital.
SIMA ITINERANTE COMPROVA DESCASO
Ao vistoriar os setores do serviço público, os dirigentes sindicais do SIMA constataram o descaso do Governo Appolo (MDB) com a saúde do trabalhador e quanto aos prejuízos físicos e mentais causados nos servidores.
A conhecida deficiência de estrutura existente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que tem sido denunciada sistematicamente pelo sindicato, comprova o desprezo da administração por proporcionar condições mínimas de trabalho, fato visto na falta de ventilação adequada nas salas de atendimento e sem climatização, por falta de energia elétrica e ainda na ausência de água por não haver caixas d’água nas unidades de saúde vistoriadas.
REPARAÇÃO – O SIMA incentiva a população e os servidores (as) a buscar reparação na Justiça, colocando-se à disposição de todos que foram lesados e queiram entrar com ação judicial e pedido indenização contra a Equatorial, que não pode negligenciar o abastecimento de energia elétrica por mais de 24 horas.
Para o presidente do SIMA, “o povo não pode ser castigado porque o governo foi irresponsável e liquidou uma empresa pública tradicional, deixando a população desassistida”.
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)