SIMA comprova que o CAOS não foi culpa do temporal, mas sim da INÉRCIA dos gestores
O temporal da noite de 16 de janeiro ocasionou vários problemas na cidade de Alvorada, como falta de abastecimento de água e energia elétrica por quatro longos dias. Ao vistoriar os setores, os dirigentes sindicais do SIMA José Júnior e Marines Rodrigues constataram o descaso com a saúde do trabalhador e os prejuízos físicos e mentais causados nos servidores. No caos do temporal que ocasionou vários problemas na cidade de Alvorada como falta de abastecimento de água e energia elétrica por quatro longos dias, os dirigentes sindicais do SIMA estiveram vistoriando setores e constataram o descaso com a saúde do trabalhador, provocando prejuízo tanto física quanto mental dos servidores.
Alguns setores foram fechados para evitar perdas financeiras para o município, a exemplo do setor de vacinas, mas outros trabalharam de forma precária. Mesmo existindo um plano de contingência, o qual foi apresentado ao Governo do Estado em dezembro de 2023, não foi cumprido pois muitas doses vacinas com validade tiveram que ser descartadas pois requerem determinado grau de temperatura para que não ocorram perdas, pois os refrigeradores mantém temperatura adequada por até doze horas o que não foi suficiente pela inércia da administração, porque o gestor não designou um responsável para agir nas situações de emergência, tal como em momentos de falta de energia elétrica.
Também foi constatado de que não existe um gerador no setor em que são armazenadas as vacinas dentro da Secretaria de Saúde, o que compromete o plano contingência pela falta de recolhimento no momento de falta de energia.
Nos setores da saúde instalado o caos: sem sistema e prontuário físico, os profissionais tiveram de adivinhar e arriscar na avaliação dos pacientes, sem qualquer tipo de comunicação, visto que o sistema de telefonia depende da energia elétrica e da internet para funcionar, assim como para acessar os prontuários eletrônicos. O registro foi feito manualmente por formulários de atendimento (FA).
Como é preconizado na Estratégia de Saúde da Família (ESF) a equipe teria que ter vínculos com os pacientes, o que não acontece pela frequência de transferências dos profissionais de unidades, assim não existe como um profissional atender pacientes sem o prontuário, encontramos médicos novos nas unidades, que foram prejudicados por não ter acesso ao histórico dos pacientes, ao quadro clínico, à última consulta e aos tratamentos em andamento. Os pacientes agendados não compareceram devido à falta de energia elétrica.
PRECARIEDADE ESTRUTURAL
A conhecida deficiência de estrutura existente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que tem sido denunciada sistematicamente pelo sindicato, comprova o descaso da administração em proporcionar condições mínimas de trabalho, fato visto na falta de ventilação adequada nas salas de atendimento e sem climatização por falta de energia elétrica; na ausência de água por não haver caixas d’água nas unidades de saúde vistoriadas. Não havia como sequer aquecer as marmitas nem comprar alimentos pois o comércio dos arredores, fecharam também por causa da interrupção da energia elétrica.
Os servidores (as) tiveram que permanecer nos postos sem condições, sendo que na Secretaria de Saúde foram liberados a partir das 13 horas. O centro de saúde que possui gerador conseguiu funcionar normalmente. Infelizmente, os gestores não entendem e nem compreendem as diretrizes de políticas públicas, pois desconhecem ou ignoram qualquer diretriz, orientação e/ou prática de humanização, tanto para com o trabalhador como com os usuários dos serviços.
SERVIDORES DE PRONTIDÃO
Na mesma situação estavam os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), nos quais os trabalhadores estavam expostos nas mesmas condições insalubres, sem energia elétrica e sem abastecimento de água para necessidades básicas de banheiros e higienização, os servidores também tiveram que permanecer nos locais de trabalho sem condições e suporte dos gestores das pastas.
Cabe ressaltar que os usuários dos serviços que estiveram nos espaços também entenderam e compartilharam com indignação a visível falta de condições que os trabalhadores ficaram submetidos sem o devido suporte.
Não houve notícia da ação de outro órgão municipal com viés fiscalizador, como a Câmara de Vereadores ou o Conselho de Saúde, que inexiste no município por ação direta da administração municipal. Sem falar do Conselho de Assistência Social, que não se reúne por falta de pauta. Por isso, não podemos considerar esses acontecimentos como desastre natural, já que a Defesa Civil emitiu alerta vermelho para condições do tempo, em todos os setores, permitindo uma ação preventiva dos gestores.
Mas, outra vez, nada foi feito para amenizar tanto transtorno.