Em 15 de outubro, comemoramos o Dia dos Professores no Brasil, porém nosso país ocupa o topo do ranking global de agressão aos professores. Além de sofrer com violências frequentes em sala de aula, esses profissionais sobrevivem com as piores remunerações, na comparação com outros países. Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que a remuneração dos professores no Brasil é bem inferior à média paga pelos 38 países-membros da organização.

Em 2020, o piso salarial dos professores da educação básica em início de carreira foi reajustado em 12,84%, para R$ 2.886,24. Segundo os gráficos produzidos com base no Censo Escolar de 2019, 2,2 milhões do total de profissionais do ensino atuam na educação básica, entre eles 1,7 milhão atuando na rede pública.

Mas o quadro de desvalorização e de poucas perspectivas para os professores no Brasil não aconteceu da noite para o dia, fato evidenciado durante o período da pandemia, como observa Rodinei Rosseto, presidente do SIMA.

REMUNERAÇÃO: GESTORES NÃO CUMPREM A LEI DO PISO

O rendimento médio bruto mensal dos profissionais do magistério no Brasil é de 74,8% do total que os demais profissionais assalariados recebem (com o mesmo nível de escolaridade), de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019.

A remuneração mínima prevista na Lei do Piso (Lei nº 11.738/2008) tem sido sistematicamente desrespeitada por prefeituras, como a de Alvorada, que não reconhecem o direito dos educadores de receber remuneração digna. A falta de valorização dos professores é gritante e nem parece que, diariamente, dedicam o melhor de si para ensinar e preparar os nossos filhos.

Junto à luta da categoria e dos sindicatos que representam a classe, como o SIMA, a sociedade não pode admitir que os valores sejam invertidos e que os professores sejam tão maltratados, já que são protagonistas da educação, um dos maiores pilares de uma nação, como fundamento da transformação através da cultura.

EDUCAÇÃO NÃO RESOLVE PROBLEMAS SOCIAIS

Mesmo com tanta dedicação, os professores não conseguem evitar as consequências dos os fatores extraclasse, que muitas vezes pesam no resultado final da aprendizagem. É que sozinha a educação não resolve os problemas sociais do país, o que acaba por afetar a formação dos docentes, visto que o aprimoramento dos professores implica no desenvolvimento dos alunos e da escola.

Além do destaque para o merecimento, o Dia do Professor é uma data que ressalta o papel desses profissionais na educação dos alunos, o que faz deles figuras importantes na escola e na sociedade, por ser agentes que formam os cidadãos que vão construir o futuro.

A diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alvorada (SIMA), que luta ao lado dos professores e dos profissionais da educação por dias melhores para alunos, para a comunidade e o próprio país, parabeniza essa dedicada categoria de mérito indiscutível, mas que ainda não recebe o respeito que merece.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)