
A JORNADA DOS EDUCADORES SOCIAIS EM ALVORADA
A mobilização por reconhecimento, valorização e condições dignas de trabalho dos Educadores Sociais de Alvorada, ganhou força em abril e, após muitos debates, encontros e compromisso, já colhe os primeiros resultados concretos.
SEM VALORIZAÇÃO, NÃO HÁ TRABALHO SOCIAL
O ponto de partida dessa jornada aconteceu no dia 15 de abril, quando o presidente do SIMA, Rodinei Rosseto, e o diretor Fabiano Chaves participaram de um almoço de trabalho com Fernanda Paulo, dirigente da AEPPA e professora da UFRGS, e JP, dirigente nacional da CSPB e servidor da Universidade Federal da Bahia.
O encontro teve como objetivo discutir estratégias para consolidar e aprovar, no Senado Federal, o Projeto de Lei que regulamenta a profissão de educador social no Brasil. A proposta, já aprovada em diversas comissões, aguarda a votação final. O Rio Grande do Sul vem sendo referência nacional na condução desse debate.
Já no dia 22 de abril, o SIMA realizou uma assembléia específica com os Educadores Sociais da rede municipal. Em pauta: o futuro da Assistência Social em Alvorada, a remuneração, as condições de trabalho e a possibilidade de paralisação geral, caso não houvesse avanços concretos.
O recado foi claro: quem cuida da população vulnerável também precisa ser cuidado.
PRIMEIROS AVANÇOS: GT COMEÇA A APONTAR CAMINHOS
Dois dias depois, em 24 de abril, ocorreu a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) da Assistência Social de 2025, e os sinais foram positivos. Como disse o presidente do SIMA na época: “Hoje foi um dia de vitória!”. O debate foi aprofundado e, segundo avaliação do sindicato, ao menos uma das propostas já estava encaminhada para ser garantida.
No dia 29 de abril, o GT trouxe os primeiros resultados concretos:
- Educadores sociais passaram do nível C administrativo para a Letra A Operacional;
- Compromisso com a revisão do artigo 5° da Lei do GEASE que restringia horas extras e folgas;
- Confirmação da chamada de 6 novos educadores aprovados em concurso;
- E, por último, mas não menos importante: continuidade do GT para debater a redução da carga horária.
DIÁLOGO RESPONSÁVEL: ACORDOS SÓ SE FOREM PARA TODOS
No entanto, o que parecia certo sofreu um revés no fim de maio. Quando o projeto foi finalmente enviado à Câmara de Vereadores para votação, o SIMA foi surpreendido: havia, junto à proposta que beneficiava os educadores sociais, uma cláusula que implicaria a redução do número de guardas patrimoniais no município.
Imediatamente, o sindicato se posicionou de forma clara: não vamos aprovar um projeto que valoriza uma categoria à custa de outra. O SIMA é um sindicato para todos os servidores, e não somente para algumas categorias!
O projeto voltou às mãos do governo e os secretários reconheceram o erro e pediram desculpas. A proposta foi corrigida e, enfim, votada com unanimidade na Câmara Municipal no dia 3 de junho, exatos 35 dias após o acordo original.
Com isso, ficam garantidas as seguintes conquistas:
- Enquadramento dos educadores sociais da letra C administrativa para a Letra A operacional;
- Revisão do artigo 5° da Lei do GEASE que impedia horas extras e folgas de jornadas dobradas.
Além disso, no dia 6 de maio, o presidente do sindicato, que estava licenciado para assumir uma cadeira de vereador, encaminha e aprova um projeto de lei que cria o Dia Municipal do Educador Social, a ser celebrado em 19 de setembro, em homenagem ao lendário Paulo Freire, patrono da educação brasileira e referência para quem trabalha com transformação social, e também a semana da educação popular!
UNIDOS SEGUIMOS EM FRENTE: NOVAS PAUTAS, NOVOS DESAFIOS
O SIMA não para. Na mesma reunião do GT de 3 de junho, estava prevista a abertura de negociação para os operadores de máquinas e motoristas, que estão há 12 anos sem aumento real. O governo, porém, apresentou uma nova proposta: incluir outras categorias nessa negociação, ampliando ainda mais o alcance da valorização.
Entraram nessa discussão operários, pedreiros, pintores, servidores administrativos, economistas, analistas de sistemas e outros trabalhadores da SMOV e da Prefeitura. Um calendário de reuniões será definido até sexta-feira, 6 de junho, para dar início ao novo ciclo de mobilização.
Essa é a marca do SIMA: compromisso com todas as categorias, sem jogar trabalhador contra trabalhador. Seguimos acreditando no diálogo, mas também na firmeza e na união.
As conquistas dos educadores sociais provam que valorização não é favor: é resultado de luta organizada, negociação e resistência.
Filie-se ao SIMA, participe das lutas e ajude a construir um serviço público mais justo, forte e valorizado para todos.
RODINEI ROSSETO
Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Alvorada (SIMA)