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 Aula inaugural do Curso de Introdução à Libras Básico surpreende e estimula alunos

Aula inaugural do Curso de Introdução à Libras Básico surpreende e estimula alunos

A professora Sandra Escobar, que é tradutora e intérprete de Libras, vai ministrar o Curso Introdução à Libras Básico nas dependências da Escola de Gestão do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alvorada (SIMA). A aula inaugural aconteceu na noite de 17/7 e o aprendizado prosseguirá até o dia 28 do mesmo mês, com previsão de 30 horas/aula, que serão ministradas por duas semanas, em aulas presenciais nas segundas, quartas e sextas e aulas remotas nas terças e quintas. A Libras tem origem na linguagem de sinais francesa, mas possui expressões e regionalismos próprios do Brasil, sendo a Língua de Sinais utilizada pela comunidade surda no Brasil.

A formação resulta da parceria entre o Programa de Extensão do Campus Alvorada do Instituto Federal do Rio grande do Sul (IFRS) e da Escola de Gestão do SIMA, em cujo auditório acontecerão as aulas.

Sandra Escobar dá aulas no Curso Técnico de Tradução e Interpretação de Libras no Campus Alvorada do IFRS, que tem duração de quatro semestres e está inserido na modalidade subsequente ao Ensino Médio, que dá ao aluno o diploma de profissionalização em nível técnico, após a conclusão. O IFRS fará a certificação do Curso Introdução à Libras Básico.

ALUNO PRESIDENTE Entre os alunos, Rodinei Rosseto, presidente do SIMA, um dos entusiastas da iniciativa e defensor de que a linguagem de sinais deve ser aprendida pelos servidores públicos, que atendem a comunidade, na qual também há surdos que precisam desse acolhimento.

Este curso é a oportunidade de qualificação que o SIMA e o IFRS oferecem aos servidores e à coletividade”, destacou Rosseto, que lamenta a ausência desse aprendizado nos primeiros anos do ensino, que permitiriam aos estudantes o conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O aluno Rosseto compartilhou os conceitos transmitidos pela professora junto com a filha Ana Luisa, que integra a turma do curso. Outros alunos, como a técnica de enfermagem Cintia Becker, disse ter gostado de receber tanta informação e de enfrentar o desafio de aprender um novo idioma. “Estou saindo daqui bem contente”, afirmou a aluna. Também a estudante Kaciel, de 16 anos, achou interessante conhecer uma linguagem nova, pois o conhecimento nunca é demais. “Aprendi muita coisa e minha curiosidade foi despertada”, falou a jovem.

LIBRAS RECONHECIDA Sandra Escolar saúda o progresso obtido a partir da conquista do direito de poder comunicar-se por meio da Língua Brasileira de Sinais, conquistado através da luta da comunidade surda. Somente em 2002 a Libras foi reconhecida como uma língua no Brasil, assim como o português. Em 24 de abril de 2002, a Lei nº 10.436 foi sancionada reconhecendo a LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão no país.

As línguas de sinais são chamadas de gestual-visual porque para emitir a comunicação são feitos sinais com as mãos, enquanto o receptor os recebe através dos olhos, embora as expressões faciais e movimentos do corpo também sejam essenciais para a comunicação. Essa modalidade é diferenciada das oral-auditivas (como os ouvintes utilizam) em que o emissor é a voz e o receptor, os ouvidos.

O VALOR DA LIBRAS PARA A COMUNIDADE SURDA

Um levantamento realizado pela Preply, uma plataforma de idiomas, constatou que durante os meses de janeiro a setembro de 2022 no Brasil, houve mais de 11 milhões de pesquisas no Google Trends relacionadas a cursos de idiomas. A empresa montou um ranking divulgando os mais procurados pelos brasileiros, constatando que, das 24 línguas analisadas, o inglês lidera em todas as regiões e também nacionalmente. A língua, que é falada em mais de 35 países, foi buscada cerca de 1,2 milhão de vezes desde janeiro.

A surpresa do estudo foi a língua brasileira de sinais (Libras), que totalizou 98 mil buscas, sendo o segundo idioma mais procurado pelos brasileiros em 2022. A busca por cursos de Libras teve 110% mais pesquisas que seu sucessor, o espanhol, que concentrou 46,6 mil.

Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)