Além de atacar os profissionais da educação, Governo Apollo quer fechar o EJA
Não é de hoje que o presidente do SIMA, Rodinei Rosseto, denuncia que o Sistema de Educação de Alvorada está retrocedendo. Fazem pelo menos cinco anos que novas salas de aula não são construídas, nem são criadas novas escolas – a não ser as três escolas infantis inauguradas por esta gestão, mas que já estavam em processo de implementação quando assumiram o governo. Agora, depois de arrochar os profissionais do setor e descumprir o piso do Magistério, o Governo Appolo voltou-se contra a Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade de ensino criada para todos os níveis da Educação Básica do país, que é destinada aos jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade apropriada.
No começo do Governo Appolo, havia 2.938 alunos matriculados nas escolas municipais. Entre fechamento de EJA nas escolas, falta de busca ativa e falta de investimentos, o foram aniquiladas mais de 1200 matrículas. Caso o fechamento de mais turmas de EJA prossigam, a exclusão será ainda maior.
Levantamento do Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento do Estado (DEE/SEPLAG) apontou uma estimativa de uma população de 19.618 crianças de 0 a 5 anos (12.923 de até três anos e 6.695 crianças de 4 e 5 anos), apenas da educação infantil.
No ano 2019, o município atendia somente 18,01% deste total. Segundo o levantamento acima, naquele ano, para atender 50% das vagas de zero a três anos, era preciso criar mais 5.790 vagas, e para atender a pré-escola, mais 3.833 vagas. Ou seja, faltavam 9.623 vagas, em 2019. Por isto estamos no 496º lugar no estado, em atendimento à educação infantil.
FINALIDADE DO EJA
Acreditamos que os alunos com distorção de idade e série, poderiam ser sempre encaminhados ao EJA, sem que alunos com 16 a 18 anos no sétimo ano fiquem fora de contexto. Salta aos olhos a falta de atendimento à demanda do público de jovens e adultos em nossa cidade, que faz com que Alvorada nunca consiga atingir as metas estipuladas pelo Ministério da Educação.
E não vale o argumento da contenção de gastos, pois está viva em nossa memória a compra de lousas e de camas infantis, a substituição de classes e cadeiras de toda a escola, além do número excessivo de funcionários da limpeza, cozinha e portaria.
DIREÇÃO IMPOSTA E COMUNIDADE SEM VOZ
No arranjo imposto pelo Governo Appolo, em que as direções são indicadas, nem conselho escolar, professores e comunidade são escutados. Para abrir ou fechar um EJA é preciso que ocorram audiências com a comunidade escolar e que sejam construídos pareceres e encaminhamentos para o Conselho Municipal de Educação, dentre outras ações. Havia um protocolo de abertura e encerramento para a modalidade do EJA no Conselho Municipal de Educação. Neste conselho, as direções de Escola tem seus representantes.
Sem falar na omissão da comissão da Educação da Câmara, que é omissa e alinhada ao governo.
PRESSÃO E RECUO DO GOVERNO – Diante da grita geral contra o fechamento do EJA da Escola Municipal Dom Pedro II, o Governo Appolo sentiu a pressão e recuou da desastrada decisão. Até porque a fragilidade do transporte coletivo da cidade não dá à população, especialmente aos trabalhadores (as), garantia de que haverá ônibus que levem e tragam as pessoas, que vão circular no turno da noite.
Colaboraram com este texto os professores Luis Cesar e Fabiano