
A GUARDA NAS ESCOLAS E O RISCO ESCONDIDO POR TRÁS DA “BOA NOTÍCIA”
Boa notícia? Só se for com estrutura. Guardas nas escolas sem qualificação adequada, sem respaldo institucional e sem planejamento. Segurança de verdade exige responsabilidade.
UM OLHAR QUE PRECISA SER CONSIDERADO
Imagine ser guarda municipal em Alvorada. Você já prendeu criminosos, enfrentou ameaças de gangues, olhou o perigo nos olhos mais de uma vez. Tudo parte da missão de ser um guarda, certo?
Agora imagine esse mesmo profissional, depois de fazer tudo isso, ainda com ameaças de morte nas costas, parado, sozinho, na frente de uma escola.
Com arma comprada do próprio bolso, sem EPI, ausência de identidade funcional e nenhum treinamento adequado para atuar nesse ambiente.
Parece proteção? Ou parece negligência?
A Guarda deve ser valorizada como força de segurança da cidade, e isso significa atuar na proteção do lado de fora das escolas. Na entrada, na saída, nas rondas preventivas. Dentro da escola, a responsabilidade é da comunidade escolar.
Se você fosse esse guarda, estaria se sentindo seguro?
Como deve ser para quem tem a missão de proteger… não se sentir protegido?
O QUE NINGUÉM ESTÁ CONTANDO
Boa parte da Guarda Municipal de Alvorada atua com armamento particular. Isso porque, até hoje, o município não forneceu armas patrimoniadas — aquelas que pertencem oficialmente ao órgão.
Sim, você leu certo. E o problema vai além da arma: falta formação, falta estrutura, falta reconhecimento.
E a pergunta é direta: Você, pai ou mãe, se sentiria tranquilo sabendo que o profissional ali na porta da escola está desamparado pelo próprio sistema?
Mais ainda: se esse guarda já foi ameaçado, e mesmo assim está ali, sozinho, exposto, sem respaldo, será que alguém está realmente seguro?
A CATEGORIA FALOU. ALTO E CLARO.
Dizer que “o guarda sabia dos riscos quando assumiu o cargo” é uma desculpa injusta. Porque o aluno não sabia. O professor não escolheu isso.
Na assembleia convocada pelo SIMA, os guardas foram unânimes: “Estamos sendo usados como propaganda. Se algo acontecer, o governo vai lavar as mãos.”
O desabafo de um servidor representa o sentimento de toda uma categoria que vem sendo exposta sem respaldo.
A tal “boa notícia” esconde uma verdade dura: sem porte institucional, sem curso oficial de tiro, sem plano de ação, o que está sendo oferecido não é proteção. É risco disfarçado de solução.
NÃO É CRÍTICA. É CONTRIBUIÇÃO.
Nosso papel aqui não é barrar avanços. Pelo contrário: queremos que eles aconteçam de forma responsável e segura.
Por isso, com base nas conversas que temos com os servidores e na experiência acumulada ao longo dos anos, defendemos:
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✅ Retomada da Ronda Escolar com viaturas, duplas de agentes e presença estratégica.
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✅ Inclusão, por concurso público, de cargos específicos para atuação direta nas escolas.
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✅ Reestruturação completa da Guarda, incluindo formação, porte institucional, EPIs e identidade funcional.
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✅ Também será aberto concurso público para a Guarda Patrimonial e para a Guarda de Trânsito, com foco na valorização das carreiras e respeito às atribuições legais.
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✅ Além disso, haverá reforço à atuação da Guarda de Trânsito — uma das únicas do estado — que hoje sofre com desmontes e desrespeito.
Por fim, reforçamos: almejamos uma gestão pública eficiente, porque isso não se constrói com achismos ou decisões improvisadas.
Segurança, educação e mobilidade urbana exigem planejamento, estratégia e o envolvimento de quem está na linha de frente: os servidores públicos. Ouvi-los, respeitá-los e valorizá-los é o primeiro passo para que qualquer avanço seja possível e realmente transforme a realidade da cidade.
O SIMA segue firme e mobilizado! Estamos juntos nessa caminhada para fortalecer o serviço público e construir um futuro mais justo e digno para todos.
JOSÉ JUNIOR
Diretor Financeiro do Sindicato dos Servidores Municipais de Alvorada (SIMA)