Em mais um ato de desrespeito, profissionais da Educação são recebidos do lado de fora da prefeitura
O descaso do Governo Appolo com os servidores públicos chegou ao extremo no dia 27 de julho de 2023. Reunidos diante do prédio da prefeitura de Alvorada, supervisores (as) e Orientadores (as) educacionais, junto a outros servidores da educação aguardavam para entregar ao prefeito ou para um dos secretários de governo documento relatando as perdas salariais acumuladas na última década e a reivindicação dos profissionais da educação. Após esperar por mais de uma hora na vigília em defesa de uma educação de qualidade em Alvorada, o Secretário de Gabinete e Relações Secretário de Gabinete e Relações Comunitárias, Paulo Ramos, saiu do prédio da prefeitura para receber os Servidores (as) e os diretores do SIMA no pátio, em mais um ato desrespeitoso, como é marca da administração atual.
Rodinei Rosseto, presidente do SIMA e dirigente nacional da Confederação dos Servidores do Brasil (CSPB) denunciou o descaso da administração. E como existe a dispensa do ponto para que o servidor compareça ao culto ecumênico que ocorre em todas as segundas-feiras, Rosseto pediu aos trabalhadores venham rezar para que “seja tocado o coração do prefeito e que ele pare de atacar os trabalhadores (as), como vem fazendo nos últimos anos”.
O sindicalista cobrou respeito aos servidores que prestam um serviço decente para a comunidade. Ele lembrou a pressão feita recentemente pela comunidade educacional para impedir o fechamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Dom Pedro II, uma modalidade da Educação Básica destinada a jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso e/ou não concluíram o Ensino Fundamental (1º ao 9º Ano).
Rosseto também falou da dificuldade de servir a merenda escolar, porque não é permitido que as crianças façam a refeição 15 minutos antes, tendo apenas o horário entre 12h e 12h30. Ele indagou como uma escola de maior porte poderá servir a refeição em somente 30 minutos, classificando a medida de “inviável” e “impossível de ser realizada em tão pouco tempo”.
PERDA SALARIAL ACENTUADA
Com base em relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o presidente do SIMA denunciou a perda do poder aquisitivo dos salários de Supervisores (as) e Orientadores (as), desde o início do Governo Appolo, em 2018, num achatamento que desconfigura o Plano de Carreira do Magistério. Rosseto ressaltou que estas duas funções foram excluídas do reajuste de 19% concedido aos professores (as) através da Lei Municipal nº 3.673/2022.
Na reivindicação apresentada pelo SIMA e comissão das categorias profissionais, o pedido de reajuste de 30% nos vencimentos dos cargos de Supervisor (a) e Orientador (a) e a nomeação de novos servidores aprovados em concurso público, para ocupar esses cargos. No documento recebido por Paulo Ramos, o sindicato manifesta a preocupação com a existência de grande número de professores (as) atuando em desvio de função como Orientadores (as) e Supervisores (as).
MAIS CORTES
A partir da aprovação do Projeto de Lei nº 034/2023, em 18/7, houve redução de 20% no valor bruto das funções gratificadas. De forma arbitrária, o governo segue cortando direitos dos trabalhadores, com perdas salariais que ultrapassam os 40%. “Além de elevar o desconto previdenciário em 3%, com a reforma previdenciária, o governo retirou o direito à licença-prêmio e à trimestralidade, com a ajuda da maioria dos vereadores”, lamentou Rosseto.
Valdemir Moretti Machado, vice-presidente do SIMA, e José Júnior, tesoureiro da entidade, deram suporte à manifestação, junto aos diretores sindicais Jacqueline Esteves e Felipe Gross. O advogado Rodrigo Zimmermann, da assessoria jurídica do SIMA também compareceu ao ato.
Renato Ilha, jornalista (Fenaj 10.300)